segunda-feira, 19 de setembro de 2016

Uma crônica sobre o movimento de parar.

Depois de um mês e meio de pura decepção, eu finalmente caí na real.
Mas antes disso acontecer, muitas outras coisas precisaram vir à tona.
Essa "coisa"(vou chamá-la assim, ok?) procurei nos livros,
nos filmes, nas palavras de Duvivier para Clarice.
Procurei nas fotos antigas das pessoas que eu admiro.
Procurei na tatuagem da minha pele e nada.

Não a encontrei "a coisa", apesar de ter achado muitas outras coisas e pessoas bonitas.

Mas essa coisa que eu tanto precisava, finalmente apresentou-se hoje pra mim e veio em forma de verbo, conjugado na mais pura intimação , aquela que dói a garganta quando é dita.
Era o verbo parar dizendo: - PARE!

Não era um "por favor, pare" ou um "pare, se cuide", era um PARE MAIÚSCULO, vindo acompanhado da menina intrometida chamada exclamação que como sempre veio toda exclamativa sem sequer ser convidada.

Pare não é uma palavra que cabe escolha. Aliás, todas essas interjeições não abrem precedentes pro pensamento, a não ser que este pensamento seja o verbo pensar.  Mas nem esse é natural, é coisa de partir pra ação mesmo, sem nem pensar duas vezes.

E depois de tanta espera, veio o movimento da vida.
Nunca uma parada teve tanto movimento.
Viva as interjeições da vida, viva as amigas exclamações que chegam acompanhadas como se dissessem: "- vai amiga, fala pra ele, vai. Vai logo!"

e eu fui.

Que áreas da sua vida andam precisando ser interjeitadas? Interjeite-se.






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